Um retrato na serra

28 Fevereiro, 2018. Nuno Couto Soares

2 tempo de leitura

Conheci Nelson d’Aires no final de 2015 num workshop de retrato no IPF. Eu era o formando e o Nelson o professor. Desse workshop até à criação do Luz Levada passaram 3 anos. No fim do workshop, mantivemos o contacto. Primeiro, através de jantares de grupo com todos os formandos, pois o Nelson criou um bom ambiente e a turma ajudou. Segundo, fui fazendo questão em o convidar para alguns almoços sendo que um deles foi em Cinfães, vai fazer no final de Março, dois anos. Olhando as fotografias desse dia no meu computador, lembro-me que o levei à serra de Montemuro e que enquanto lá estávamos desceu sobre nós um denso nevoeiro que em conjunto com os penedos fascinou de imediato o Nelson. Nenhum de nós imaginaria que no início de 2018, dois anos depois da primeira visita a Cinfães, que íamos embarcar num largo e profundo rio, que tem  tanto de belo como de perigoso, na frágil barca Luz Levada.

Tudo, para chegar aqui, a este retrato que lhe fiz hoje na Serra de Montemuro, durante uma breve visita de preparação do primeiro workshop que o Luz Levada irá anunciar em breve. De antigo aluno, atrevi-me e atendi a um seu pedido: o de lhe fazer um retrato simples na berma de uma das estradas da serra, para mais tarde ser usado na página de divulgação do workshop. Talvez não seja este o retrato escolhido para a página, mas atrevo-me a publicá-lo aqui, pois, reparo, que desde o workshop de 2015, Nelson d’Aires não cortou o seu cabelo. Ao vê-lo sobre a vegetação da serra dobrada pelo fogo de inverno, pela chuva e pelo vento, compreendo melhor o seu entusiasmo nestas terras altas, aqui vejo-o a fundir-se na paisagem.

Nelson d’Aires, Serra de Montemuro, Fevereiro de 2018. Fotografia de Nuno Couto Soares